Não há paz na noite




 O silêncio da madrugada oferece sempre um pouco de reflexão. 

Sobre a agitação do dia restam os ecos dos barulhos, das canções, dos filmes e das conversas. O nervoso de não estar sozinho, e de escolher o que posso nas minhas companhias.

A noite, quando Lisboa se deita e se oferece aos sonhos, deixa-me a pensar nas pessoas que perdi este ano, mas também nas que ganhei, nas que vou perder, e nas que vou ganhar. Os equilíbrios estúpidos entre as saudades e as novas paixões, o sentido de perda e as novas amizades. 

E depois há quem passe uma vida sem ouvir este tema do Bill Evans, e eu acho estúpido e ensaio umas aselhices escritas para entrar no campo entre o chato e o curioso, ou o pedante. Bah! Que se foda. Será que há sensibilidade para gostar disto? Será que é universal? Será que vou gostar sempre de uma pessoa que entrou na minha vida, será um gosto adquirido, ou uma obrigação do destino? Será que ameniza - a dor de uma perda? Será que passa com o tempo? E o arrependimento? Foi o suficiente? Quero apaziguar o meu espírito? Quero ouvir este tema sem ter de me obrigar a escrever. Uma merda qualquer para não me obrigar a nada maior. Para quê? Posso ouvir isto então só.

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